Conheça Maurice Strong: Globalista, Oligarca do
Petróleo e ‘Ambientalista’
James Corbett
O desonrado cleptocrata
Maurice Strong morreu no final do ano passado[1],
aos 86 anos. Ele foi banido da sociedade refinada e forçado a uma vida de exilado,
em Pequim, depois que as suas décadas de chicanices comerciais, crimes contra a
humanidade e destruição ambiental foram reveladas. A sua desumanidade culminou
com uma tentativa de lucrar com a morte de crianças iraquianas famintas. O seu
funeral foi uma cerimônia tranquila, com a participação de apenas dos poucos
familiares que não conseguiam livrar-se dele completamente. Ex-amigos e
parceiros de negócios como Paul Martin, James Wolfensohn, Kofi Annan, Conrad
Black e Al Gore, todos evitaram pedidos de comentários sobre a morte do amigo
em desgraça.
… é assim
que a memória de Maurice Strong deveria seria lembrada em qualquer mundo
razoável. Em vez disso, o que obtivemos foi isso:
Na
quarta-feira, centenas de pessoas irão se reunir em frente ao Parliament Hill
para uma comemoração extraordinária. O Governador Geral, o Primeiro Ministro, o
Ministro do Meio Ambiente, o ex-presidente do Banco Mundial – entre outros
dignitários, tanto no exercício de cargos quanto fora deles – prestarão
homenagem a um dos grandes canadenses de sua geração. Eles celebrarão a vida de
Maurice Frederick Strong, que morreu em 27 de novembro [de 2015]. A sua morte
trouxe os obituários obrigatórios e homenagens pessoais. Mas em um país que
muitas vezes esconde a sua luz sob um celeiro, e a vida consequente e exaltada
de Maurice Strong, em casa e no exterior, não deve passar em branco.
E os
elogios continuam chegando.
Do Primeiro
Ministro canadense Justin Trudeau: “Maurice Strong foi um pioneiro do
desenvolvimento sustentável que fez do nosso país e do mundo um lugar melhor.”
Do cofundador
do Fórum Econômico Mundial em Davos: “Ele foi um grande visionário, sempre à
frente dos nossos tempos em seu pensamento.”
De John
Ralston Saul, autor e filósofo: “Ele mudou o mundo.”
De fato,
toda uma multidão de globalistas apareceu no início desta semana em Ottawa para
prestar homenagem à memória de Strong, desde o ex-presidente do Banco Mundial,
James Wolfensohn, ao subsecretário-geral da ONU, Achim Steiner, e o
ex-secretário-geral do clube de Roma, Martin Lees. Chegaram também uma enxurrada
de condolências escritas de outros proeminentes globalistas, incluindo Mikhail
Gorbachev, Gro Harlem Bruntland e Kofi Annan.
Então, por
que exatamente Maurice Strong era tão amado pelo jet set globalista?
Ah, está
certo:
ENTREVISTADOR:
“O Maurice Strong não tem nenhuma ambição para tornar a ONU (Organização das
Nações Unidas) o governo do mundo?”
STRONG: “Não,
e não é necessário, não é viável e, certamente, estamos longe de algo assim.
Mas precisamos – se queremos ter um mundo mais pacífico, um mundo mais seguro –
precisamos de um sistema de cooperação mais eficaz, que é o que chamo de
‘sistema de governança’. E as Nações Unidas, com todas as suas dificuldades , é
o melhor jogo da cidade.” (Entrevista)
Presidente
da Power Corp. Presidente da Agência Canadense de Desenvolvimento
Internacional. Presidente da Petro Canadá. Presidente da Ontario Hydro. Chefe
do Programa Ambiental das Nações Unidas. Membro fundador do Fórum Econômico
Mundial em Davos. Pai do IPCC. Globalista dedicado.
Não, não é difícil entender por que os globalistas amam o arquiglobalista Maurice Strong. Mas, como foi que esse homem, um jovem pobre que abandonou o ensino médio em Oak Lake, Manitoba, tornou-se no estrategista de bastidor responsável por moldar as nossas instituições globais modernas? A história é tão improvável quanto instrutiva, e nos leva do coração do universo do petróleo à criação do IPCC[2].
Dada a
notável ascensão de Strong através das fileiras do poder político para se
tornar um chefão globalista, não será surpreendente saber que ele tinha
conexões políticas em sua família. Mas pode ser surpreendente ouvir onde se
encontravam essas conexões. Uma tia dele, Anna Louise Strong, era uma comunista
convicta que fez amizade com Lenine e Trotsky (que lhe pediu que lhe ensinasse
inglês) antes que ela finalmente se estabelecesse na China, onde tinha familiaridade
com Mao Zedong. Ela se aproximou de Zhou Enlai, que chorou abertamente quando ela
foi enterrada com honras completas no cemitério revolucionário de Babaoshan, em
Beijing.
Infelizmente
para a humanidade, a o cavaco não caiu muito longe do pau com o jovem Maurice.
Nascido na zona rural de Manitoba, em 1929, e sofrendo o pior da Grande
Depressão, Maurice Strong abandona a escola aos 14 anos em busca de trabalho.
Ele trabalha como auxiliar de convés em navios e, aos 16 anos, como comprador
de peles da Hudson’s Bay Company, no norte do Canadá. Lá ele conhece O ‘Wild’
[Selvagem] Bill Richardson, cuja esposa, Mary McColl, vem da família
McColl-Frontenac, que está por trás da uma das maiores empresas de petróleo do
Canadá.
Através de
Richardson, Strong faz contatos que o impulsionam a sua improvável carreira. A Wikipédia explica enigmaticamente:
“Strong se encontrou pela primeira vez com um importante funcionário da ONU em 1947, que providenciou uma nomeação temporária e de baixo nível, para servir como oficial de segurança júnior na sede da ONU em Lake Success, Nova York. Ele logo retornou ao Canadá e, com o apoio de Lester B. Pearson, dirigiu a fundação da Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional em 1968”.
No que diz
respeito a grandes lacunas narrativas e encobrimentos enigmáticos de
pormenores, esse parágrafo é uma obra-prima. A verdade é ainda mais estranha.
Aquele ‘funcionário da ONU’ sendo referido pela Wiki? Aquele não era outro senão o próprio tesoureiro da ONU, Noah
Monod. De fato, Monod não apenas arranja um emprego para ele, mas lhe dá também
um lugar para morar; as duas salas juntas durante o tempo de Strong na Big
Apple. Mas o mais importante é que Monod lhe apresenta ao homem que mais do que
qualquer outro estará por trás de sua ascensão meteórica ao estrelato
internacional: David Rockefeller.
Maurice
Strong gostava de contar a história de que ele havia enfrentado Rockefeller no
início. De acordo com Strong, algumas de suas primeiras palavras para David
foram: “Eu sou profundamente contrário a você e a tudo o que a sua família
representa”. Estranhamente, David não se lembra do encontro dessa maneira,
dizendo que os dois tinham “uma forte relação de trabalho.”
De qualquer
maneira, a partir daquele momento, Strong era um homem feito. E a partir
daquele momento, onde quer que Strong fosse, Rockefeller e seus associados
estavam lá em algum lugar nos bastidores.
Foi um
veterano da Standard Oil, Jack Gallagher, que deu a Strong sua grande
oportunidade na indústria de petróleo de Alberta quando este deixou o seu
emprego seguro na ONU para voltar ao Canadá. Gallagher havia sido contratado
por Henrie Brunie, uma amiga íntima de John J. McCloy, um associado de
Rockefeller, para criar uma nova empresa de exploração de petróleo e gás.
Strong entrou como assistente de Gallagher.
Quando, de
repente, Maurice Strong decidiu deixar o emprego, vender sua casa e viajar para
a África, encontrou um emprego no CalTex de Rockefeller, em Nairobi.
Quando ele
deixou o cargo em 1954 e fundou sua própria empresa no Canadá, contratou Brunie
para administrá-lo e nomeou dois representantes da Standard Oil de Nova Jersey
para seu conselho. A essa altura, ele estava no final da casa de 20 anos e já
era um multimilionário.
Após criar
uma considerável rede de contatos junto à elite política do Canadá, Strong foi
nomeado chefe da Power Corporation, uma nova cria da poderosa família
Desmarais, os ‘Rockefellers do Canadá”. A Power Corp é um importante ‘criador
de caciques políticos’ no meio político canadense, e, sob a administração de
Strong, continuou a desempenhar esse papel. Um de seus escolhidos: um MBA de
Harvard de cara nova chamado James Wolfensohn, futuro presidente do Banco
Mundial. Outra escolha dele: Paul Martin, futuro CEO da Canada Steamship Lines
e futuro Primeiro Ministro do Canadá.
Strong deixou a Power Corp para liderar o programa de ajuda externa do Canadá. Ele supervisionou a criação da Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional (CIDA) e do Centro Internacional de Pesquisa em Desenvolvimento (IDRC). Como a jornalista Elaine Dewar, que entrevistou Strong para seu livro inovador Cloak of Green (Capa Verde), explica:
“A IDRC tinha uma cláusula em sua legislação de habilitação que lhe permitia doar dinheiro diretamente a indivíduos, governos e organizações privadas. Foi criada como uma corporação, reportando ao Parlamento através do ministro de Assuntos Externos. Seu conselho de governadores foi projetado para incluir pessoas privadas e até estrangeiras. […] Como o IDRC não foi criado como um agente da Coroa (como é a CIDA), pôde receber doações de caridade de empresas e indivíduos, bem como fundos do governo”.
Essas
“empresas e indivíduos” generosamente “doaram” seu dinheiro ao IDRC, e,
naturalmente, incluíram o Chase Manhattan Bank, do Rockefeller, e a própria
Fundação Rockefeller. Strong admitiu a Dewar que o IDRC foi capaz de vender
influência política no terceiro mundo sob seu disfarce de organização quase
governamental.
No entanto,
a sua carreira quase empresarial / quase governamental / quase “filantrópica”
atingiu um novo nível em 1969. Isso se deu quando o embaixador sueco na ONU
telefonou para Strong para ver se ele queria liderar a próxima Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que deveria ocorrer em 1972. Ele
recebeu a ligação não pelo seu suposto amor ao meio ambiente, mas porque, mesmo
naquela época, Strong já era conhecido como um ‘Fichário de Rolo’ humano de
conexões políticas, comerciais e financeiras em todo o mundo desenvolvido e em
desenvolvimento.
E
naturalmente, ele foi devidamente nomeado administrador da Fundação
Rockefeller, que depois financiou o seu escritório para a cúpula (cimeira) de
Estocolmo, e forneceu a pesquisadora da Carnegie, Barbara Ward, e o ecólogo da
Rockefeller, René Dubos, para a sua equipe. Strong os encomendou a escrever ‘Only
One Earth’ (Uma só Terra), um texto fundamental no campo do desenvolvimento
sustentável, o qual é fortemente apontado pelos globalistas como sendo chave na
promoção da gestão global de recursos.
A Cúpula
(Cimeira) de Estocolmo, de 1972, ainda é reconhecida como um momento marcante
na história do movimento ambiental moderno, pois levou não apenas aos primeiros
planos de ação ambiental administrados por governos na Europa, mas também a
criação de uma burocracia totalmente nova da ONU: o Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (UNDP/PNUMA). Diretor fundador do PNUMA: Maurice Strong.
Como Dewar explica:
“Como muitas das organizações que Strong criou, essa também teve vários usos. Em 1974, o PNUMA emergiu do solo não cultivado de Nairóbi, no Quênia, antigo território de Strong. A colocação do PNUMA na África foi explicada como uma ‘migalha’ para os países em desenvolvimento, e que suspeitavam das intenções ocidentais. Mas também porque era útil para as grandes potências ter outra organização internacional em Nairóbi. Após a Guerra do Yom Kippur, em 1973, Nairóbi havia se transformado na principal capital de espiões da África”.
A Guerra do
Yom Kippur e o consequente embargo da OPEP (previsto magicamente pela
Conferência de Bilderberg na Suécia no início do ano e organizado pelo agente
de David Rockefeller, Henry Kissinger) tiveram outro efeito derivado que acabou
beneficiando Strong. O embargo atingiu com força o leste do Canadá, levando o
primeiro-ministro Trudeau a criar uma companhia de petróleo nacional. O
resultado: a Petro-Canada nasceu em 1975 e Trudeau naturalmente nomeou Strong,
agora o membro mais poderoso do movimento ambiental globalista, como seu
primeiro presidente.
David
Rockefeller esteve lá com Strong no Colorado em 1987 para o ‘Quarto Congresso
Mundial da Vida Selvagem’, um encontro de importância histórica mundial que
quase ninguém ouviu falar. Com a participação de Rockefeller, Strong, James
Baker e o próprio Edmund de Rothschild, a conferência acabou girando em torno
da questão do financiamento para o crescente movimento ambientalista que Strong
formou do zero através de seu trabalho no Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente.
Foi nessa
conferência (gravações da mesma estão disponíveis on-line graças ao denunciante George Hunt) que Rothschild pediu a
criação de um Banco Mundial de Conservação, para o qual que ele bolou como
mecanismo de financiamento um ‘segundo Plano Marshall’, que seria usado para ‘alívio de dívidas’ do
terceiro mundo e para esse favorito apito de cão globalista, o ‘desenvolvimento
sustentável’.
O sonho de
Rothschild tornou-se realidade quando Strong presidiu outra cúpula ambiental de
alto nível da ONU: a “Cúpula da Terra”, no Rio de Janeiro, em 1992. Embora
talvez melhor conhecida como a conferência que deu origem à Agenda 21, o que é
muito menos conhecido é que foi a Cúpula da Terra que permitiu que o Banco
Mundial de Conservação se tornasse uma realidade.
Iniciado às
vésperas da Cúpula da Terra do Rio como um programa piloto de US $ 1 bilhão do
Banco Mundial, o banco, agora conhecido como “Global Environment Facility”
(GEF), ou Fundo Mundial para o Meio Ambiente, é o maior financiador público de
projetos ambientais globais, tendo feito mais de US $ 14,5 bilhões em doações e
cofinanciou outros US $ 75,4 bilhões. O banco é o mecanismo financeiro da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a convenção
organizadora que dirige o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima
(IPCC).
Com a
Agenda 21 em seu currículo, o banco de sonhos do GEF de Rothschild dentro da
lata e o IPCC já brilhando nos olhos, a notável carreira de Strong não mostrou
sinais de parada. Depois de encerrar a Cúpula do Rio, assumiu uma série de
compromissos tão desconcertantes que quase desafia a credulidade. De seu site
oficial, vem a seguinte lista:
“Após a Cúpula da Terra, Strong continuou a assumir um papel de liderança na implementação dos resultados obtidos no Rio através da criação do Conselho da Terra, do movimento da Carta da Terra, de sua presidência do Instituto de Recursos Mundiais, de membro do Conselho do Instituto Internacional de Desenvolvimento Sustentável, o Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo, o Instituto Afro-Americano, o Instituto de Ecologia da Indonésia, o Instituto Beijer da Real Academia Sueca de Ciências e outros. Strong era um diretor de longa data da Fundação do Fórum Econômico Mundial, consultor sênior do presidente do Banco Mundial, membro da Assessoria Internacional da Toyota Motor Corporation, Conselho Consultivo do Centro de Desenvolvimento Internacional da Universidade de Harvard, o Conselho de Empresas Mundiais para o Desenvolvimento Sustentável, a União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), o Fundo Mundial para a Vida Selvagem, Recursos para o Futuro e as Bolsas Eisenhower”.
Não resta
dúvida de que Strong levou uma vida encantada. E, dada a presença persistente
dos interesses de Rockefeller naquela vida desde seus primeiros anos, não há
dúvida de por que as portas pareciam se abrir para ele onde quer que ele fosse.
Mas, ainda
assim, é preciso perguntar como e por que um abandono do ensino médio que se
tornou grande no ramo do petróleo graças às suas grandes conexões com o
petróleo se tornaria a figura mais importante do movimento ambiental
internacional. Ele estava realmente interessado em proteger o meio ambiente?
Considere a
aquisição de Strong da Arizona Land & Cattle Company, do traficante de
armas saudita Adnan Khashoggi, em 1978. Como parte dessa aquisição, Strong
ganhou controle sobre um rancho no vale de San Luis, no Colorado, chamado Baca
Grande. Como Henry Lamb explica em um artigo de 1997:
“O rancho, chamado Baca Grande, ficava no maior aquífero de água doce do continente. Strong pretendia canalizar a água para o sudoeste do deserto, mas as organizações ambientais protestaram e o plano foi abandonado. Strong terminou com um acordo de US $ 1,2 milhão da companhia de água, uma concessão anual de US $ 100.000 da Laurance Rockefeller, e ainda manteve os direitos sobre a água”.
Não, o
interesse de Strong no sítio não teve nada a ver com a preservação do ambiente
primitivo do vale de San Luis. Seu interesse era totalmente estranho. Como
observa o Quadrant Online:
“Maurice Strong tinha sido informado por um místico que:
O Baca se
tornaria o centro de uma nova ordem planetária que evoluiria do colapso
econômico e das catástrofes ambientais que varreriam o mundo nos próximos anos.
Como resultado dessas revelações, Strong criou a Fundação Manitou, uma instituição Nova Era (New Age)[3] localizada no rancho de Baca – acima das águas sagradas às quais a permissão para bombear foi negada a Strong. Esse hocus-pocus continuou com a fundação do The Conservation Fund (com a ajuda financeira de Laurance Rockefeller) para estudar as propriedades místicas da montanha Manitou. No rancho de Baca, há um templo circular dedicado aos movimentos místicos e religiosos do mundo”.
De fato, o
zelo missionário de Strong por espalhar sua mensagem ambiental de desastre e
destruição por tantas décadas pode ser mais facilmente explicado como um zelo
quase religioso por preparar o caminho para a ‘Nova Ordem Mundial’ que esta destruição
ambiental supostamente prediz.
Uma visão
mais aprofundada das místicas crenças da Nova Era de Strong, pode ser
encontrada naquilo que ele considerou ser sua conquista mais importante: a
criação da Carta da Terra. A Carta da Terra foi fruto do Instituto do Conselho
da Terra de Strong, que ele fundou em 1992 com a ajuda de Mikhail Gorbachev,
David Rockefeller (obviamente), Al Gore, Shimon Peres e um punhado de amigos
globalistas de Strong.
O próprio
portal de Strong descreveu a Carta da Terra como ‘uma declaração de consenso
global amplamente reconhecida sobre ética e valores para um futuro
sustentável’, mas o próprio Strong estruturou o documento em termos religiosos,
dizendo que espera que seja tratado como um novo Dez Mandamentos.
Então, o
que a Carta da Terra diz? Além das previsíveis bobagens esperadas sobre
‘justiça social e econômica’ e outras chavões políticos, o documento termina
como uma carta de amor ao governo mundial:
“Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir suas obrigações sob os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional juridicamente vinculativo em meio ambiente e desenvolvimento”.
A própria
Carta da Terra repousa na “Arca da Esperança”, uma arca literal que foi
construída especificamente para abrigar o documento original em uma referência
óbvia à arca da aliança. A arca foi inaugurada em 9 de setembro de 2001 e
depois transportou 350 milhas para as Nações Unidas após o 11 de setembro. O
membro da Comissão da Carta da Terra que presidiu a inauguração não passou de
Steven C. Rockefeller.
Embora essa
busca quase religiosa pelo governo global esteja sempre envolvida em uma
linguagem de bem-estar sobre o fortalecimento de comunidades e a preservação do
planeta, a realidade subjacente é sobre uma agenda maquiavélica muito mais.
Como observa Dewar em Cloack of Green (Manto Verde) acerca da Cúpula do Rio:
“Anunciada como a maior cúpula do mundo, a do Rio foi descrita publicamente como uma negociação global para reconciliar a necessidade de proteção ambiental com a necessidade de crescimento econômico. Os conhecedores entendiam que havia outros objetivos mais profundos. Isso envolveu a mudança dos poderes reguladores nacionais para vastas autoridades regionais; a abertura de todas as economias nacionais fechadas restantes a interesses multinacionais; o fortalecimento das estruturas de tomada de decisão muito acima e muito abaixo do alcance das democracias nacionais recém-criadas; e, acima de tudo, a integração dos impérios soviético e chinês no sistema de mercado global. Não havia nome para essa agenda tão grande que eu já ouvira alguém usar, então, mais tarde, eu mesmo a nomeei – a Agenda de Governança Global”.
O próprio
Strong deu uma ideia do que essa agenda realmente implicava para o homem ou
mulher comum em uma entrevista da BBC em 1972 antes do início da cúpula de
Estocolmo. Discutindo o ‘problema de superpopulação’ então em voga como a causa
ambiental do dia, Strong admitiu em suas reflexões sobre o potencial de
licenças de reprodução:
“Licenças para ter filhos por acaso é algo que eu tive problemas por alguns anos atrás por sugerir, mesmo no Canadá, que isso pode ser necessário em algum momento, pelo menos alguma restrição ao direito de ter um filho. Não estou propondo isso, estava simplesmente prevendo isso como um dos possíveis cursos que a sociedade teria que considerar seriamente se nos envolvêssemos nesse tipo de situação”.
Que Strong
teve tanto sucesso em promover sua agenda de ‘governança global’ por tantas
décadas é um testemunho não de sua própria liderança visionária, como muitos
globalistas professam, mas dos incríveis recursos dos Rockefellers, dos
Rothschilds e outros que estão financiando essa agenda. à existência e
empurrando-o a cada passo.
É por
alguma medida de boa sorte, então, que as décadas de fraude de Strong
finalmente tenham chegado ao fim (mais ou menos) em 2005, quando, como observa
o Quadrant Online, ele foi finalmente
pego ‘com a mão no caixa’:
“Investigações sobre o Programa Petróleo por Alimentos da ONU descobriram que Strong havia endossado um cheque de 988.885 dólares para M. Strong – emitido por um banco jordaniano. O homem que deu o cheque, o empresário sul-coreano Tongsun Park, foi condenado em 2006 em um tribunal federal dos EUA por conspirar para subornar funcionários da ONU. Strong renunciou e fugiu para o Canadá e daí para a China, onde vive desde então”.
Embora
ainda aparecendo em vários eventos ao redor do mundo, Strong liderou uma
existência muito mais baixa na última década, provavelmente desacelerada pelos
estragos da idade avançada. Mas agora que ele finalmente faleceu, somos
deixados a receber elogios ainda mais nauseantes a esse homem e às muitas instituições
globalistas que compõem seu legado.
Não, não é difícil entender por que Maurice Strong era tão amado pelo jet set globalista. Só não espere que nenhum dos membros desse jet set conte essa história em detalhes.
Ilustrações:
Foto de Maurice Strong tendo ao fundo uma
paisagem ressecada e um selo da ONU.
Foto de Anna Louise Strong, tia de Maurice
Strong, ao lado de Mao Zedong e outros dignitários chineses. Anna Strong era
uma comunista comprometida que fez amizade com Lenine e Trotsky.
Imagem do sítio de petróleo de Alberta, onde Maurice Strong trabalhou depois de ter deixado o seu primeiro emprego na ONU.
Foto do jovem Maurice Stong em frente à mesa
presidencial, em uma conferência da ONU.
Foto de George Bush, presidente dos Estados
Unidos, discursando na Cúpula da Terra de 1992 no Rio.
Imagem da placa externa do rancho Baca Grande, no vale de San Luis, no Colorado, adquirido por Maurice Strong, que se tornou o local da Fundação Manitou, uma instituição ‘Nova Era’ (New Age).
Foto de Maurice Strong falando durante uma
conferência em que anunciou a criação da Carta da Terra.
Foto de um cheque de US $ 988.885 concedido a M. Strong, emitido por um banco jordaniano, e endossado com a assinatura de Maurice Srong.
Publicado
originalmente em TheInternationalForecaster.com,
em 31 de janeiro de 2016
James
Corbett é um jornalista e editor do portal ‘The Corbett Report’, Open Source
Intelligence News, https://www.corbettreport.com/about/
James Corbett has been living and working in Japan since
2004. He started The Corbett Report website in 2007 as an outlet for
independent critical analysis of politics, society, history, and economics.
Since then he has written, recorded and edited thousands of hours of audio and
video media for the website, including a podcast and several regular online
video series. He is the lead editorial writer for The International Forecaster,
the e-newsletter created by the late Bob Chapman.
His work has been carried online by a wide variety of websites and his videos have garnered over 50,000,000 views on YouTube alone. His satirical piece on the discrepancies in the official account of September 11th, “9/11: A Conspiracy Theory” was posted to the web on September 11, 2011 and has so far been viewed nearly 3 million times.
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For more information about Corbett and his background,
please listen to Episode 163 of The Corbett Report podcast, Meet James Corbett:
Episode 163 – Meet James Corbett
Tradução:
Joaquina Pires-O’Brien (UK, 4 set 2019)
[1] Maurice Frederick Strong
faleceu em 28 de novembro de 2015, em Ottawa, Canadá, aos 86 anos de idade.
[2] IPCC. Intergovernmental Panel
on Climate Change / Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
[3] New Age ou Nova Era é definida
pelo dicionário Cambridge online como sendo “um modo de vida e pensamento
desenvolvido no final dos anos 80, com base em ideias que existiam antes das
teorias científicas e econômicas modernas.” Essa definição coloca a Nova Era
dentro da doutrina pósmodernista.