O juízo das pessoas e o juízo da ciência

A diferença entre o juízo humano e o juízo da ciência é que o primeiro é bem menos objetivo do que o segundo. Quando formamos um juízo de outras pessoas, tendemos a ser mais generosos com pessoas com as quais temos vínculos, do que com as pessoas com as quais não temos. Já o juízo da ciência, este é bem mais objetivo. Ele começa quando um pesquisador faz conjeturas e cria mecanismos capazes de atacar tais conjeturas. Isso faz parte do método científico moderno desenvolvido por Karl Popper, que involve atacar e derrubar hipóteses designadas ‘nulas’, para que outras hipóteses designadas ‘alternativas’ sejam aceitas por tabela.

Os testes estatísticos são as ferramentas que o pesquisador emprega para derrubar as suas hipóteses nulas. Embora a estatística seja capaz de dar confiabilidade, os juízos feitos a partir dos testes estatísticos não são cem por certo certos. Assim sendo, a estatística reconhece dois tipos de erros designados como Tipo I e Tipo II. O Erro Tipo I ocorre quando um teste estatístico rejeita uma hipótese nula que está correta. O Erro Tipo II ocorre quando um teste estatístico aceita uma hipótese nula que está incorreta. Existem outros testes estatísticos que calculam as probabilidades dos erros tipo I e II.

Aplicando a mesma metáfora dos erros estatísticos, podemos afirmar que os juízos que as pessoas fazem umas das outras também incorre em dois tipos de erros: (i) um quando não damos valor à uma pessoa que tem valor, e (ii) outro quando damos mais valor à uma pessoa do que tal pessoa merece. Em comparação com os juízo da ciência, os juízos humanos são bem altamente falhos e carecem de qualquer ferramenta capaz de medir as probabilidades de eventuais erros. Infelizmente nem todo mundo procura meios de compensar a deficiência do julgamento humano. É cada vez maior o número de pessoas que perderam o senso de justiça natural.

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