A justiça e a lei na Grécia antiga

A justiça e a lei surgiram com a civilização. E na Grécia antiga, o berço da Civilização Ocidental, acreditava-se que a lei havia sido dada aos homens por Zeus. Possivelmente o primeiro legislador grego foi Sólon (638 BC – 558), que é creditado pelos seus biógrafos Heródoto e Plutarco como sendo o criador ou o reformador do Aerópago (Aeropagus) uma espécie de concelho ou tribunal superior com inspetores e mantenedores da lei. Além de ter se esforçado para promover leis voltadas a coibir o declínio moral dos atenienses, Sólon escreveu poemas que serviram para inculcar o civismo e reforçar a identidade ateniense e grega.

Para os filósofos gregos clássicos, a justiça era tanto um bem político quanto uma virtude individual. Na obra de Platão o tema da justiça aparece em dois diálogos – A República e Gorgias –, o primeiro entre Sócrates e Thrasymachus e o segundo entre Sócrates e Cállicles. Embora os dois diálogos abordem o tema usando a situação das cidades-estado da antiga Grécia, eles trazem uma universalidade ao contrastar as visões dos expoentes do poder e dos expoentes do direito. No primeiro, a justiça é definida como sendo uma virtude, e no segundo, o debate gira em torno de qual a alternativa menos ruim, causar injustiça ou sofrer injustiça. Embora Sócrates tivesse sublinhado a justiça interior de cada ser humano, Platão conduziu o argumento para a justiça externa ao indivíduo, ou seja, a justiça do Estado.

Podemos notar que os filósofos gregos já separavam os dois tipos de justiça: a justiça política dispensada pelo Estado, e a justiça natural, aquela que se presume que cada indivíduo tenha, considerada uma virtude que se revela nos hábitos de conduta de cada indivíduo. Na visão de Sócrates é preciso que a sociedade seja harmoniosa mas para isso é preciso que os seus cidadãos se encontrem no lugar certo, fazendo e dando o melhor que podem. Platão concordou com seu mestre sobre a importância da sociedade ser harmoniosa, mas para ele a condição maior é a boa administração.

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4 comentários sobre “A justiça e a lei na Grécia antiga

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